Danielle Cukierman - Novíssimos, 2018
“A lembrança é transitiva / porque é a evocação de alguma coisa. Por outro lado, fomos ensinados que podemos pensar a estrutura. Que é um tipo de porta entulho. Os suportes de memória, em décadas próximas, encerravam uma parte colorida que só se mostrava no escuro. Isso porque dependiam de fonte de luz que incidisse no centro. A ampliação, como um cinema parado, seria projetada na parede. Porque são incontáveis as lembranças, inumeráveis são os quadrados à Iluminação. Se o sistema for mantido, podemos deduzir que logo estaremos soterrados por elas, apavorados diante da possibilidade de uma nova recordação, posto significar mais um plástico.
A instalação da Danielle Cukierman remete à essa mistura entre saudosismo e insustentabilidade. Ela fala do medo de ter uma experiência, em virtude de que redunda em um novo artefato. Ela reúne e torna elegantes (um virado do avesso) os remanescentes da complicada lógica que habitamos, atrás da qual ainda nos escondemos.”